A dúvida sobre se a pílula anticoncepcional engorda ainda é uma das mais comuns entre mulheres que consideram iniciar o uso desse método contraceptivo. Essa preocupação é legítima, mas precisa ser analisada com base na ciência, e não apenas em relatos isolados ou crenças populares.
Afinal, a pílula engorda ou não? Vamos entender os efeitos reais que esse método pode ter no corpo.
A pílula anticoncepcional e o ganho de peso: o que os estudos mostram?
A maioria das pesquisas científicas sobre o uso de anticoncepcionais orais não encontrou relação direta entre a pílula e o ganho de peso significativo. O que ocorre, na prática, é que algumas mulheres relatam alterações no corpo nos primeiros meses de uso, que podem ser temporárias e causadas por outros fatores.
Os possíveis efeitos incluem:
- Retenção de líquido: algumas pílulas podem causar um leve inchaço devido à retenção de líquidos, especialmente nas primeiras semanas. Esse efeito costuma ser transitório.
- Aumento do apetite: em certos casos, pode haver uma leve mudança na sensação de fome, o que contribui indiretamente para o aumento de peso, dependendo da alimentação.
- Alterações hormonais individuais: cada corpo responde de forma diferente aos hormônios, por isso, é essencial avaliar caso a caso.
Nem todas as pílulas são iguais
Existem diferentes tipos de pílulas anticoncepcionais, com combinações hormonais variadas. Algumas têm maior potencial de causar retenção de líquidos ou sensibilidade nas mamas, enquanto outras são mais neutras nesse sentido.
A escolha da melhor pílula deve considerar o perfil da paciente, seu histórico médico, estilo de vida e objetivos. Não é recomendado trocar ou suspender o método por conta própria.
O que realmente pode causar ganho de peso?
É importante lembrar que fatores como sedentarismo, má alimentação, estresse crônico e alterações metabólicas têm muito mais influência sobre o ganho de peso do que a pílula em si. Em algumas situações, o que parece ser “culpa do anticoncepcional” pode, na verdade, estar relacionado a hábitos de vida ou outras questões hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos.
A pílula pode, inclusive, ajudar no equilíbrio hormonal
Para muitas mulheres, o uso da pílula contribui positivamente para a saúde, ajudando a controlar sintomas como acne, ciclos menstruais irregulares, cólicas intensas e até quadros de SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos), quando bem indicada e acompanhada.
Quando procurar sua ginecologista?
Se você iniciou o uso da pílula recentemente e notou mudanças significativas no corpo ou desconfortos persistentes, o ideal é conversar com a sua ginecologista. Pode ser necessário ajustar a dose hormonal, trocar o método ou investigar outras possíveis causas.
A decisão sobre qual anticoncepcional usar deve sempre ser feita com base em uma avaliação individualizada, considerando riscos, benefícios e as reais necessidades da paciente.
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