O ciclo menstrual é um processo essencial da saúde feminina, regulado por hormônios que controlam não apenas a fertilidade, mas também diversos aspectos do bem-estar físico e emocional. Mesmo sendo um evento recorrente na vida da mulher, muitas ainda possuem dúvidas sobre como ele funciona, quais são as variações normais e quando é necessário procurar um ginecologista.
Entender as fases do ciclo menstrual ajuda a identificar padrões, reconhecer sinais de alerta e até mesmo melhorar a qualidade de vida. Além disso, permite um maior controle sobre a saúde reprodutiva, seja para evitar ou planejar uma gestação.
Neste artigo, vamos explorar as fases do ciclo menstrual, sua duração, os impactos no organismo e os fatores que podem interferir na sua regularidade.
O que é o ciclo menstrual?
O ciclo menstrual corresponde ao intervalo entre o primeiro dia da menstruação e o primeiro dia do próximo ciclo. Em média, ele dura 28 dias, mas variações entre 21 e 35 dias ainda são consideradas normais.
Esse ciclo é regulado principalmente pelos hormônios estrogênio e progesterona, que controlam o funcionamento dos ovários e do útero, preparando o organismo para uma possível gravidez.
Quando a fecundação não ocorre, há uma queda nos níveis hormonais e o endométrio, camada interna do útero, descama, resultando na menstruação.
Fases do ciclo menstrual e suas influências no corpo
O ciclo menstrual é dividido em quatro fases, cada uma com características específicas e efeitos no organismo da mulher.
1. Fase Menstrual (1º ao 5º dia do ciclo, aproximadamente)
Essa fase inicia o ciclo e ocorre quando não há fecundação. O endométrio, que foi preparado para receber um embrião, descama e é eliminado pelo organismo na forma de sangramento.
O que acontece nessa fase:
- A menstruação ocorre devido à eliminação do tecido uterino.
- Os níveis de estrogênio e progesterona estão baixos.
- Podem surgir cólicas devido às contrações do útero para expelir o endométrio.
2. Fase Folicular (do 1º ao 13º dia do ciclo, aproximadamente)
A fase folicular começa junto com a menstruação e se estende até a ovulação. Durante esse período, os níveis de estrogênio aumentam, estimulando os ovários a desenvolverem folículos, onde os óvulos estão armazenados.
O que acontece nessa fase:
- O hormônio folículo-estimulante (FSH) promove o crescimento dos folículos nos ovários.
- O endométrio começa a se regenerar e engrossar, preparando-se para uma possível gravidez.
- O estrogênio atinge níveis elevados, contribuindo para maior disposição e bem-estar.
3. Fase Ovulatória (14º ao 16º dia do ciclo, aproximadamente)
A ovulação ocorre quando um dos ovários libera um óvulo maduro, que viaja pelas tubas uterinas em direção ao útero. Esse é o período de maior fertilidade do ciclo.
O que acontece nessa fase:
- O hormônio luteinizante (LH) atinge seu pico e promove a liberação do óvulo.
- A mulher está no período mais fértil e pode engravidar se houver contato com espermatozoides.
- Algumas mulheres sentem um leve desconforto abdominal, conhecido como dor da ovulação.
4. Fase Lútea (16º ao 28º dia do ciclo, aproximadamente)
Após a ovulação, o folículo que liberou o óvulo se transforma no corpo lúteo, que passa a produzir progesterona para manter o endométrio espesso e receptivo.
Caso não ocorra fecundação, os níveis hormonais caem e o ciclo recomeça com a menstruação.
O que acontece nessa fase:
- A progesterona predomina, preparando o corpo para uma possível gravidez.
- Se a fecundação não ocorre, o corpo lúteo regride e os níveis hormonais caem.
- Essa queda pode causar sintomas como irritabilidade, inchaço, dores nos seios e aumento do apetite, caracterizando a tensão pré-menstrual (TPM).
O que pode alterar o ciclo menstrual?
Alguns fatores podem interferir no ciclo menstrual, provocando irregularidades. As principais causas incluem:
- Estresse: O aumento do cortisol pode afetar a liberação dos hormônios que regulam o ciclo.
- Distúrbios hormonais: Problemas como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e disfunções da tireoide podem impactar o ciclo.
- Excesso de atividade física: Treinos muito intensos podem levar à amenorreia (ausência de menstruação).
- Uso de anticoncepcionais: Métodos hormonais alteram o padrão natural do ciclo.
- Mudanças bruscas no peso: Tanto a perda quanto o ganho excessivo de peso afetam a produção hormonal.
Se a menstruação se tornar irregular de forma recorrente, o ideal é procurar um ginecologista para investigar a causa.
Quando procurar um ginecologista?
Algumas alterações no ciclo menstrual podem indicar problemas de saúde e precisam ser avaliadas por um especialista. Os principais sinais de alerta são:
- Menstruação irregular por vários meses seguidos.
- Sangramento intenso ou muito reduzido.
- Cólicas incapacitantes que interferem nas atividades diárias.
- Sangramentos fora do período menstrual.
- Ausência de menstruação por mais de três meses sem gravidez confirmada.
O acompanhamento ginecológico regular é essencial para garantir a saúde reprodutiva e prevenir doenças.
Conclusão
O ciclo menstrual reflete diretamente a saúde da mulher e influencia diversos aspectos do bem-estar físico e emocional. Conhecer suas fases ajuda a compreender melhor os sinais do corpo e identificar possíveis irregularidades que precisam ser investigadas.
Caso você perceba mudanças no seu ciclo ou tenha dúvidas sobre sua saúde ginecológica, procure um ginecologista para um diagnóstico preciso e orientações adequadas.
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