Osteoporose: a doença silenciosa que pode — e deve — ser evitada

A osteoporose é uma condição caracterizada pela perda progressiva de massa óssea e deterioração da microarquitetura do osso, o que aumenta significativamente o risco de fraturas. Apesar de sua relevância clínica, trata-se de uma doença silenciosa: na maioria das vezes, não provoca sintomas até que a primeira fratura ocorra.

Esse aspecto silencioso explica por que tantas mulheres só descobrem a osteoporose após um evento grave, como fratura de quadril, coluna ou punho. E, nesse ponto, o impacto já não é apenas ósseo, mas funcional, emocional e social.

Por que a osteoporose é mais comum após a menopausa

O estrogênio exerce papel central na manutenção do equilíbrio entre formação e reabsorção óssea. Durante a vida reprodutiva, esse hormônio ajuda a conter a atividade dos osteoclastos, as células responsáveis pela reabsorção do osso. Com a queda abrupta do estrogênio na menopausa, esse freio se perde.

O resultado é uma aceleração da perda óssea, especialmente nos primeiros anos após a menopausa. Estima-se que uma mulher possa perder até 20% da sua massa óssea nesse período se não houver medidas preventivas adequadas.

Fraturas: o verdadeiro problema da osteoporose

O maior risco associado à osteoporose não é a densidade óssea em si, mas as fraturas por fragilidade. Uma em cada três mulheres acima dos 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica ao longo da vida. Fraturas de quadril, em especial, estão associadas a perda de autonomia, institucionalização e aumento da mortalidade no primeiro ano após o evento.

Ou seja, não se trata apenas de “ossos fracos”, mas de impacto direto na qualidade e expectativa de vida.

Fatores que aceleram a perda óssea

Além da menopausa, outros fatores contribuem para o desenvolvimento da osteoporose: sedentarismo, baixo consumo de cálcio e vitamina D, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo peso corporal e uso prolongado de certos medicamentos, como corticoides.

Esses fatores costumam atuar de forma cumulativa, o que reforça a importância de uma abordagem preventiva ampla.

Como identificar precocemente

A densitometria óssea é o principal exame para avaliação da massa óssea. As diretrizes recomendam sua realização a partir dos 65 anos para todas as mulheres, ou antes disso na presença de fatores de risco. O exame permite identificar osteopenia e osteoporose antes que ocorram fraturas.

Diagnóstico precoce não significa tratamento agressivo imediato, mas oportunidade de intervir no momento certo.

Prevenção: muito além do cálcio

A prevenção da osteoporose é multifatorial. Exercícios físicos com impacto e fortalecimento muscular estimulam a formação óssea e reduzem o risco de quedas. A adequação de cálcio e vitamina D é importante, mas nem sempre suficiente isoladamente.

Em alguns casos, pode ser necessária avaliação para terapias hormonais ou medicamentos específicos, sempre de forma individualizada e baseada em risco-benefício.

A osteoporose não é inevitável. Quando identificada cedo e abordada corretamente, é possível preservar massa óssea, reduzir fraturas e manter autonomia por muitos anos.

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